03/09/2009

Impossível não referir: TVI - Demissão em bloco da direcção de Informação

O acto de questionar como base da formação de consciência

A notícia sobre demissão da direcção de informação da TVI chegou ao país a meio do dia e é impossível não questionar esta inesperada situação. Depois de assistir às notícias dei maior atenção aos comentários deixados nos sítios electrónicos dos principais órgãos de comunicação social do país (TVI 24 incluída). Vi com agrado que alguns destes levantavam questões pertinentes.

Antes de mais, um resumo dos desenvolvimentos:
- Manuela M. Guedes diz que não sabe ao certo as razões de fecho, que não era esperado, e que tinha preparado novos desenvolvimentos sobre o caso Freeport para divulgar esta sexta-feira (O PS desafia-a a  divulgar a informação à mesma).
- ERC abre processo de averiguações sobre as causas da suspensão do Jornal Nacional de 6º feira (que despoletou a posterior demissão em bloco).
- O partidos da oposição consideram estranha esta decisão da Prisa e equacionam um envolvimento do PS
- O PS diz ser o principal prejudicado nesta situação, exige explicações à Prisa e garante não ter contribuído, de forma alguma, para o caso.
- A Prisa / Media Capital justifica o fecho com questões económicas e com a restruturação em curso (que visa homogeneizar a informação dos vários blocos informativos da estação) desde a saída de Moniz.
- O Sindicato dos Jornalistas faz saber que não concorda com a demissão aceite pela Prisa e a suspensão do Telejornal.

Os comentários:
- O PS manipula a informação, porque não consegue lidar com a crítica feroz.
- Manuela M. Guedes não fazia o seu trabalho com a isenção, necessária, imprescindível,  no trabalho jornalístico e fazia uma "perseguição" injustificada a Sócrates e ao seu partido.
- Este foi um golpe da "direita portuguesa" para prejudicar o PS em época de eleições e caso PSD OU CDS ganhem as eleições, encontra-se maneira deste grupo de jornalistas voltar à estação.
- Além de prejudicar Sócrates, a TVI perde valor e pode ser comprada pela Ongoig (onde Moniz é vice-presidente).

As hipóteses colocadas podem estar muito longe da verdade, mas são um sinal que a sociedade portuguesa já não assiste impávida aos acontecimentos políticos e sociais. Questionar é o primeiro passo para chegar mais longe: fazer ciência, provocar mudanças profundas...
A liberdade de expressar opinião nunca é um facto adquirido, porque toda a palavra sofre algum tipo de mediação (directa ou indirecta). Todavia, os novos media, apesar das desvantagens que possam trazer, tornam mais fácil a construção de uma sociedade civil activa e consciente.

K

Sem comentários:

Seguidores